Mãe em tempos de quarentena e isolamento social

Foto com mulher e criança, um de frente para o outro, bem próximos, sorrindo.
Proximidade dos pais com os filhos é importante em tempos de pandemia.

Foto: Envato.

Quando pergunto a você, mulher: “Você É ou ESTÁ mãe?” Qual é a sua resposta?

Se você respondeu SOU MÃE, quero trazer a você um outro conceito que, no meu ponto de vista profissional e pessoal, trará mais leveza para abordarmos um tema tão complexo e desafiador que é a maternidade.

Somos mulheres que desempenham vários papéis na vida, como profissionais, esposas, filhas e, muitas de nós, Mães. No desempenho desse papel, estamos MÃE. E, no meio disso tudo, muito tem chegado a mim, por meio de amigas, grupos de mães do colégio dos meus filhos, de clientes, sobre um ponto delicado deste momento. Muitas se sentem culpadas, impotentes, incompetentes e insuficientes em seus papéis como mães nesse momento de quarentena.

Compartilho, com você, algumas frases que recebi:  

  • “Estou me sentindo culpada em deixar meu filho o tempo todo assistindo televisão ou jogando, pois o volume de trabalho está alto, com muitas metas a serem cumpridas e essa é a maneira que encontro dele ficar em silêncio.”
  • “Estou morrendo por dentro em dizer não pra minha filha quando ela me chama para brincar porque preciso dar conta da limpeza da casa e fazer a comida.”
  • “Estou me sentindo incompetente em não conseguir ensinar, fazer as lições e todos os trabalhos pedagógicos que a escola está enviando no cumprimento do currículo escolar.”
  • “Quando tenho tempo de dar atenção ao meu filho(a), estou tão esgotada, cansada que não me sinto presente, de corpo e alma.”

Se você se identificou com uma ou mais frases, quero que faça algumas reflexões:

– Como estava seu ritmo de trabalho antes da quarentena?

– Quando fazia – e se fazia – lições de casa com seu filho (a), era algo prazeroso pra você? 

– Reservava um tempo para deixar tudo de lado para sentar e brincar, fazer algumas atividades lúdicas com seu filho (a)? 

– O estar presente de corpo, mente e alma na relação com seu filho (a) acontecia?

Acredito que talvez a maioria se identifique com alguma “falta” que ocorria antes. Não quero aqui que você se julgue por isso. Pense nas possibilidades e reflita. Talvez você já estivesse na culpa, impotência, incompetência e insuficiência no desempenho do seu papel de Mãe e esse momento só veio para amplificar, como uma lente de aumento, esses sentimentos. Compreende?

A vida de antes estava “diluindo” essas “faltas” na grande quantidade de atividades extracurriculares que as crianças e adolescentes possuíam e nos lazeres fora de casa, shoppings, cinemas, teatros, restaurantes, espaços de brincar.

Agora vamos pensar juntas: se essas “faltas” já existiam antes, e nessa leitura de que somos mulheres imperfeitas, como todo ser humano, desempenhando papéis na vida, sendo que um deles é o de Mãe, porque neste deveríamos desempenhar perfeitamente? Tudo isso sem falhas, faltas, equívocos??!!! Vamos pegar leve conosco então?

Volte lá nas perguntas que fiz em relação às “faltas” que consegue identificar que já existiam antes da quarentena e estava negligenciando e escolha uma. A minha escolha será tirar um tempo para brincar com meu filho de 6 anos. 

Verifique na sua rotina o que pode deixar de fazer ou prorrogar e incluir “aquilo que já estava faltando” e faça com seu filho (a). Por exemplo, o meu será não lavar a louça logo após o jantar. Vou adiar um pouco essa tarefa e, em seguida, vou sentar e brincar com meu filho. Parece pequeno, mas não é! 

Importante também explicar para seu filho (a) que está fazendo ajustes na sua rotina para estar com ele (a). Mostre a importância disso e entregue presença, corpo, mente e alma para aquele momento. Garanto que isso será tão grandioso para a relação que preencherá a ambos, em afeto, proximidade, conexão que a sensação de “falta” diminuirá.

Muito importante também você nutrir e não aniquilar a MULHER QUE É, só desempenhando os diversos papéis atribuídos a você. Quando digo nutrir a mulher, estou falando em separar 5, 10, 15, 30 minutos diários para fazer algo que gere prazer, satisfação a você: dançar, meditar, fazer yoga, ler um livro, assistir a um filme, uma série. A MULHER nutrida ganha a capacidade de autoacolhimento e se apropria no SENTIR de que “está tudo bem” não ser suficiente e não dar conta de TUDO!

Como inspiração, deixo um relaxamento guiado a você, com a condução amorosa de Raissa Zoccal do canal Yoga Mudra.

Abraço carinhoso, 

Daniella Gonçalves

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